09/12/2014 17h14 – Atualizado em 09/12/2014 17h14
Por R. Ney Magalhães
Mato Grosso do Sul é um Estado da Federação totalmente dependente da produção de grãos e de carnes, portanto respira e sobrevive no dia a dia o agronegócio com sua acomodação comercial nas Bolsas mundiais. Toda nossa riqueza primaria e inicial nasce no campo.
E o maior fator limitante do progresso notadamente no Sul produtivo e no cone-sul emergente do MS é o descaso com as vías de acesso às lavouras e aos locais de embarque de gado. Transportar os Insumos e suas safras são os fatores que mais oneram os produtores e inibem a vinda de novos investidores.
Estradas rurais ou estradas de Produção, que eu prefiro denominar atualmente como verdadeiras “enxurradas” continuam apenas carroçáveis e não permitem o desenvolvimento, além de serem causadoras de crimes ambientais responsáveis pela extinção de cabeceiras e vertentes de mananciais, bem como pelo assoreamento dos córregos e rios.
Anos atrás o primeiro Governador eleito pelo PT criou e a Assembleia Legislativa aprovou o FUNDERSUL – Fundo de Desenvolvimento Rodoviário que na época foi chamado de Mensalinho em alusão a esse Ato quando os vinte e três Deputados eleitos em outras siglas partidárias, acompanharam o voto solidário e solitário de apenas um deles eleito pelo PT governista. Justificando a cobrança desse Imposto cumulativo que injustamente penaliza os produtores e onera o custo dos alimentos, alardeavam a construção e conservação de estradas e Pontes.
E repetindo comentários anteriores posso afirmar que nada foi melhorado com esse novo Imposto, mas sim muito pelo contrario, não podendo me calar também sobre a extinção do DERSUL-Departamento de Estradas de Rodagem do MS ainda durante aquele Governo. Assim, nos seus primeiros oito Anos de PT o FUNDERSUL ficou sem Gerência e os recursos tomaram outros caminhos.
Findam-se agora mais oito anos com o PMDB desastrosamente incompetente nesse setor, pois na primeira semana de seu Mandato os serviços de construção e conservação das rodovias estaduais foram terceirizados. Sem transparência governamental porem com informações da mídia investigativa sabe-se que os funcionários qualificados/comissionados do extinto DERSUL foram demitidos e as “residências regionais” transformaram-se em elefantes brancos. As empreiteiras “tomaram conta do pedaço” e o agronegócio patinou e atolou em “enxurradas estaduais e municipais”.
Com perfil rural chega o novo Governo. Com certeza o FUNDERSUL vai continuar sendo cobrado. Renova-se, no entanto a esperança da construção de novas estradas de produção no mínimo aterradas, livres de erosões e transitáveis mesmo em tempos de chuvas, dando competitividade a produção que sustenta a economia do MS.
Em recente declaração publica o futuro Governador Reynaldo resumiu tudo o que afirmei acima… “Faltou eficácia na gestão dos recursos”.
R. Ney Magalhães é produtor rural em Amambai.