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segunda-feira, 25 de novembro de 2024

O Jéca Tatu e a adrenalina

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27/01/2015 16h01 – Atualizado em 27/01/2015 16h01

Por R.Ney Magalhães

O Produtor Rural como atualmente é denominado o antigo “jéca tatu”, em seu vigor disposição física e energia sempre foi estimulado pela adrenalina. E eu que me enquadro nesta descrição, com pressão arterial bastante elevada, devo ser motivo de muitos estudos, preocupações e noites insones do prezado amigo Nêgo, meu cardiologista Dr. Nelson Rossati.

Olhar para o céu em busca de nuvens promissoras de chuvas ou fazer oferendas à Santa Clara e reclamar de São Pedro eram os instrumentos do jéca tatú. Atualmente, desde as madrugadas, mesmo antes do primeiro chimarrão abrimos os computadores no CPTEC ou Climatempo na esperança de ver manchas escuras nos mapas, sobre o nosso sul do MS. O sol escaldante, as altas temperaturas e a falta de chuvas periódicas tem o poder de elevar a adrenalina do Homem do Campo.

Nós que cultivamos a terra e praticamos a arte de produzir alimentos, vivemos intensamente cada dia do desenvolvimento dos vegetais e animais que são a razão de nosso trabalho e das rendas para sustentar a família e honrar compromissos financeiros. O Campo sustenta as cidades e gera riquezas que produzem os empregos e completam a sociedade urbana. No entanto poucos se preocupam na valorização do Agro.

Mato Grosso do Sul agora mais que nunca é dependente do agronegócio que equilibra a balança comercial e sustenta a posição do PIB, gerando a tranquilidade social. A mediocridade e inoperância dos Governantes, principalmente do Governador, dos Prefeitos, Vereadores e Deputados é cada vez mais assustadora quando a cada ano e a cada safra assistimos estarrecidos o abandono das chamadas rodovias de Produção, estaduais e municipais. Aqui pelo extremo sul do MS elas são vergonhosamente chamadas de “enxurradas”. Com a agravante de que já assorearam e continuam matando as cabeceiras e vertentes de aguas sem que nenhuma autoridade tome providencias contra esse crime. Ao invés de levantarem aterros para posterior pavimentação utilizam patrolas que simplesmente raspam a terra e abrem as valetas criminosas no rumo dos cursos de agua. Entende-se por “estrada” no mínimo carroçável, a vía de transporte que receba um aterramento acima do nível do solo. Simplesmente patrolar não é construir estradas, mas sim um crime ambiental que precisa ser coibido.

O Produtor Rural não é mais um jeca-tatu. A mais moderna tecnologia hoje utilizada na produção de carnes e de grãos é aplicada pelos empresários rurais competentes e verdadeiramente integrados na sociedade e assim devem merecer mais respeito dos governantes.

Onde está o dinheiro arrecadado pelo FUNDERSUL ? Ainda não devemos fazer esta pergunta para o atual governador que não completou um mês de mandato, mas podemos cobrar o tal que ficou oito anos e acaba de sair sem deixar saudades. Sobraram as Placas com propaganda enganosa de um MS Forte, próximas aos pontilhões de madeira, ao lado de “avisos” que recomendam a passagem e uso de apenas 15 Toneladas.

Pelo menos aqui em nossa região observa-se que todas as cidades estão com acesso asfaltado, também pudera, pois nelas se concentram os eleitores e naturalmente a partir dos centros urbanos é que gravitam as propriedades rurais onde são geradas as primeiras riquezas do Municipio. A partir das Rodovias MS asfaltadas que unem as cidades é que mora o perigo. Existem alguns caminhos que são taxados de estaduais e outros de municipais, todos de péssima qualidade, esburacados na época de secas e intransitáveis quando chove. Prejuízos para o produtor e para o consumidor quando caminhões/carretas de grande porte deixam de transitar pela precariedade das estradas e pontes, pois o uso de caminhões menores onera o valor do frete. Estradas de má qualidade prejudicam a qualidade das cargas e principalmente desvalorizam as carnes dos animais que sofrem batidas e solavancos nos buracos. Neste sul do MS ressalvando-se as áreas produtivas que margeiam as rodovias, partindo das Fazendas não existe nem um metro de asfalto ou simplesmente de aterro rodoviário destinado ao transporte de grãos e carnes, os produtos que pagam a nossa Conta. E a adrenalina mantem-se em alta.

R. Ney Magalhães é Produtor Rural em Amambai.

R.Ney Magalhães

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