08/02/2015 09h45 – Atualizado em 08/02/2015 09h45
Por: Leonardo Mendes do DCM
É possível que Anderson Silva repita a tragetória de Lance Armstrong e veja sua carreira ser arruinada pelo dopping.
Para derrubar “Spider”, porém, ainda é preciso muito mais.
A história depõe a seu favor, o mercado de ídolos esportivos também, e ele é um dos produtos mais valiosos do UFC. Muitos querem ajudá-lo a sair dessa, mas tudo ainda depende do que disserem os exames.
Laboratórios podem provar muitas coisas, e em muitos tribunais o julgamento é uma mera formalidade.
Depois dos laboratórios, a palavra é da mídia. Mas o que dizer contra provas científicas, colhidas e analisadas por respeitáveis doutores, médicos, cientistas e autoridades diversas?
Pouca coisa será ouvida.
Se os laboratórios mostrarem que Anderson Silva fez, muitas vezes ao longo da sua carreira, uso de meios ilícitos para alcançar seus resultados, estará acabado para o espetáculo e para o mercado de ídolos.
Se disserem que fez poucas ou uma única vez, tem chance de ser perdoado pelos fãs, mas nunca pelo mercado publicitário.
Ainda corre o risco de apanhar na rua, vítima de grupos justiceiros que também se sentiram prejudicados. Que fizeram a mãe comprar o pay-per-view das lutas, e agora querem o dinheiro de volta.
Pode vir à falência, desaparecer da mídia, virar pastor ou pedir perdão.
Particularmente, prefiro que negue até a morte e se faça de vítima de uma conspiração.
A verdade é que nunca há como ter certeza se alguém colocou ou não algo na sua bebida, na sua pele, ou se você foi enganado por médicos, empresários, laboratórios.
O dopping pode ser uma arma de destuição de ídolos, utilizada por pessoas que seriam capazes de fazer sem deixar pistas.
Se a defesa disser isso, continuarei a não acompanhar o UFC, mas sou tentado também a continuar duvidando.
A verdade nesse caso pode estar muito além das nossas possibilidades de julgamento. Basta a “Spider” negar até o fim e saber contar uma boa história.