22/04/2015 08h22 – Atualizado em 22/04/2015 08h22
A insólita reunião
Por Odil Puques
A semana que passou foi pródiga em um acontecimento político ocorrido no Amambai city. Na quinta feira, 16, o vereador Valter Brito reuniu em sua residência, nada mais nada menos, do que representantes de 12 partidos políticos, 10 vereadores de um total de 13 e sete aspirantes a cadeira de prefeito nas eleições vindouras. Não compareceram, porque não foram convidados, apenas os representantes do PMDB e do PR, diga-se, a turma do Sérgio e do Dirceu.
O ineditismo da reunião dá-se pelo fato de reunir tantas correntes contrárias entre si, quanto pelo comparecimento em peso destes. Pelas notícias da rádio peão e a oficial retratada aqui mesmo no amambainews, a pauta foi “fomentar a formação de novo grupo que não esteja atrelado às duas lideranças que governaram o município nos últimos 20 anos, referindo-se ao ex-prefeito, Dirceu Lanzarini (PR), e ao atual, Sérgio Barbosa (PMDB).” Ou nas palavras do Aguiar, em entrevista ao Fonseca: “um recado para o Sérgio, vai para casa, Dirceu já o fez, chegou a sua hora”. Aí é que mora o problema. Imaginemos que Bandeira e Vicentin resolvam se abraçar em um projeto uno. Ou o Bortoloto com Brito. Mariano com Prego ou Ailton. E vice versa e embaralhado. Quem seria vice de quem? Ou todos ali abririam mão de uma disputa e democraticamente escolheriam o candidato a prefeito e vice através de critérios pré estabelecidos como pesquisas de opinião, força partidária, apoios, etc, etc. Como diria vovó, duvideodó.
O segundo problema, a despeito de se revezarem há vinte anos no poder, o discurso do fora Dirceu e Sérgio encontra ressonância nas ruas? Ou seria apenas parte do desejo oculto dos participantes da reunião para não ter que enfrentá-los? Ainda, se os forem desprezar como candidatos, também desprezarão seus respectivos apoios? Não esqueçamos que um apesar de uma asa abatida pelos últimos reveses já o foi por três vezes, secretário estadual e outros tals e é tido e havido como o mais habilidoso de todos tanto no trato pessoal quanto na fala, o outro além de estar no poder, onde faz uma administração senão de encher os olhos, ao menos segura – e isso nesses tempos de crise já pode ser considerado um mérito – ainda tem o direito a reeleição. ‘E certo que Dirceu não dá sinais que vá tentar novamente e Sergio já declarou publicamente não ser candidato, mas não se pode esquecer que ao longo dessa caminhada ambos acumularam um patrimônio eleitoral respeitável, que toda e qualquer eleição em Amambai passa necessariamente pelo crivo de ambos. Portanto melhor não cutucar a onça com vara curta. In casu, as onças.
