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domingo, 24 de novembro de 2024

Minhas ideias ficaram na lembrança

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06/01/2016 08h00 – Atualizado em 06/01/2016 08h00

Por Rosildo Barcellos

que escrevo está sempre fora de mim ao mesmo tempo em que me liberta ante ao manuseio da verdadeira forma de expressão. Mas desde sexta feira os acentos dos ditongos abertos “ei” e “oi” se despediram nas paroxítonas. Agora ela será uma simples “ideia” desgarrada de seu sinal galanteador. É a mudança ortográfica, em vigor. Por fim, ainda permite-me relacionar o que já sabemos (pois está escrito) com o que queremos saber (que ainda é questão). Desta feita, adentro na questão da lusofonia, que aliás, é o conjunto de identidades culturais existentes em países, falantes da nossa língua portuguesa podendo citar principalmente Angola, Brasil, Cabo Verde,Guiné Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe além do Timor Leste. Evidentemente qualquer alteração que se faça traz em seu bojo reações. Sempre haverá os que aplaudem e os que reprovam, e a razão é extremamente simplória: a reestruturação de qualquer coisa sempre implicará em mudança de atitudes e de comportamentos das pessoas envolvidas ou afetadas nesse processo. Com a reforma ortográfica idem.

A Língua, indubitavelmente, é um patrimônio. É por meio dela que desenvolvemos nosso sentimento de pertencimento a um grupo. Falar, escutar, ler, escrever reafirma, a cada vez, nossa condição humana, de pessoa com envolvimento histórico. Além disso, a língua realça valores; mobiliza crenças; institui e reforça poderes. Em função disto, exatamente no momento em que o Brasil se projeta no continente africano por meios de investimentos em obras de infraestrutura e parcerias comerciais, acredito ser de fundamental importância sob o ponto de vista estratégico, para o nosso país, iniciativas como o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Mas, acredito que, antes da unificação da grafia da Língua Portuguesa entre os países lusófonos, seria mais urgente e importante discutir as questões do âmbito social e político tais como a fome, pobreza e erradicação de doenças, do câncer, da AIDS. Mas os entrelaçamentos das ações sempre envolvem a questões da língua. Concordo também que escrever corretamente é importante, sim; mas um erro de grafia é só um erro de grafia; não destrói a língua e nem impede a compreensão e nem sua leitura quando observada em seu devido contexto. Até porque estamos num mundo onde as pessoas se preocupam cada vez menos com o ser humano, menos ligações, menos abraços, menos agradecimentos e se ocupam cada vez mais com a economia, com os juros e com um cotidiano familiar de injustiças e arbitrariedades.

Não obstante, muito embora gere alguns aborrecimentos, a reforma ortográfica vem realmente unificar e atualizar a língua portuguesa em todas as suas variações, o que é algo de enorme importância. A língua, esse recurso tantas vezes subvalorizado, é algo que de tão corriqueiro em nossas vidas por vezes passa fugaz, mas é a ferramenta mais importante que os seres humanos têm para estabelecer fleumáticos laços de comunicação e extrair o melhor de suas relações

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