Artigo de R. Ney Magalhães
Com a ajuda de Deus e de São Pedro somando-se ao nosso árduo trabalho, estamos encaminhando a colheita de uma boa Safra de Grãos que deverá ter inicio em meados do próximo mês.
E, como sem estradas não se vai a lugar algum, os produtores rurais regionais antecipadamente contabilizam prejuízos irreparáveis. E assim, o Sul do MS caminha fraco e sem rumo, contradizendo as frases de efeito encontradas nos caríssimos “outdoors” expostos em pontos estratégicos de visibilidade, e que anunciam um MS FORTE-RUMO AO DESENVOLVIMENTO.
Enquanto isso, nossas esburacadas estradas estaduais, Sem Identificação, continuam apelidadas de Enxurradas Estaduais.
Sem o DERSUL que era um Departamento especifico para tratar das Rodovias MS e agora sem a Agesul, que no atual Governo terceirizou os serviços de conservação, os usuários basicamente do setor de agronegocios estão abandonados à própria sorte.
A imprensa está divulgando uma visita do Governador nesta semana aos principais Municípios do Cone Sul, o que se apresenta e enseja uma oportunidade para as lideranças dos setores Comercial e Rural mostrarem a S.Excia. a real e caótica situação viária local.
Não podemos aqui enumerar ou especificar as rodovias de produção, pois os Mapas rodoviários deixaram de circular ou não foram mais atualizados. Os cidadãos comuns não mais podem saber o numero de determinada rodovia ou sua responsabilidade Estadual ou Municipal. Uma estratégia de fugir às responsabilidades.
O Governador e os Prefeitos na sua grande maioria deixaram de olhar para o Campo, e priorizam suas administrações nos centros urbanos onde a concentração de eleitores é maior. O grande exemplo no MS é a aplicação de recursos na Capital com total abandono do Interior, principalmente das regiões que não elegeram Deputados Estaduais. Este é o nosso caso específico, com Aral Moreira, Amambaí e Ponta Porã sem representação e sem voto na Assembléia Legislativa, quando os três Prefeitos, nas ultima eleição, lavaram as mãos, ficando em cima do muro ou acendendo uma vela para cada Santo.
E os Vereadores desses Municípios o que fazem ou reivindicam?
Será que não existe nenhum deles que seja ruralista ou participante do agronegocio?
É verdade que os Políticos de um modo geral estão desacreditados perante a Sociedade civil em que vivem.
E é verdade também que o atual Governador foi muito mal votado pelo setor, e não recebeu os aplausos das principais lideranças rurais do Estado, e aqui pelo Sul, principalmente em Amambaí sofreu uma fragorosa derrota que só não foi maior porque o opositor pertencia ao PT, partido até então rejeitado pela maioria da Classe.
Talvez esse seja o motivo de estarmos no ostracismo e abandonados administrativamente.
No caso do Governador não acredito que seja pura Vingança pela rejeição recebida, pode ser que “lidar com empreiteiras” seja mais lucrativo para o Poder.
Acredito sim, que a terceirização das rodovias MS ou as más condições das vias Municipais devam-se exclusivamente a falta de gerencia e competência dos Executivos atuais que desconhecem e não priorizam o setor.
Nossos líderes devem ainda lembrar aos executivos e demais políticos, que os produtores rurais responsáveis pela maior fatia da arrecadação de impostos deste Sul Maravilha esperam como retorno apenas o Asfalto nas Estradas de Produção.
Como exemplo poderiam citar o escoamento das produções da região do Sertão ou da Escola Agrícola em Amambaí, ou São Luiz/Emboscada/Rio Verde em Aral Moreira, ou o Apa e a zona mais carente e maior produtora de Ponta Porã a micro-região do São João/Usina/Capei/Lagunita, o anel viário de apenas 33 Kms. que livraria a cidade do trafego de caminhões pesados, por si só justificam o asfaltamento que com apenas uma safra iriam cobrir os investimentos. Vamos aguardar com ansiedade o comunicado de nossas lideranças das Associações Comerciais e dos Sindicatos Rurais, caso eles consigam no mínimo uma audiência com Sua Excelência.
Boas vindas ao Governador, que deve vir de avião.
R. Ney Magalhães
Produtor Rural Sem Partido Político
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