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sexta-feira, 29 de março de 2024

A Polca e sua influência musical no desenvolvimento da região fronteiriça.

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19/03/2020 20h33

Fonte: Jornal do Estado

Pesquisas de historiadores já publicadas em livros mencionam que a polca nasceu na Europa Central, no século XIX, se espalhando pelo mundo, principalmente durante o processo de colonização da América do Sul, ela influenciou com mais intensidade a Argentina e o Paraguai.

Uma dança rápida aos pares, a polca é um estilo musical que surgiu no Paraguai no século XIX entre os campesinos nos meios rurais devido à influência dos colonizadores espanhóis, recebendo a denominação de “polca paraguaia”, para ser orquestrada, precisa de instrumentos como harpa típica paraguaia, o acordeom e o violão (guitarra), muita animação e um bom chão batido, em alguma estância, o baile era vivido nestes tempos já esquecidos.

O professor Evandro Higa no seu livro. Polca paraguaia, guarânia e chamamé, indica: “… Representação de uma identidade cultural associada a “alma guarani” – são referências fundamentais para a configuração indenitária do Mato Grosso do Sul. Mesmo sofrendo mutações ao integrar-se ao universo sertanejo brasileiro em um processo de hibridação percebido desde a primeira metade do século XX e que se institucionalizou ao ser inserido no mercado fonográfico nacional, afirma sua persistência na manutenção de uma repertório especifico e na influência que exerce sobre a produção musical da região” fonte o SITE.

O sul de Mato Grosso hoje o atual estado de Mato Grosso do Sul em especial a região fronteiriça, recebeu a influência paraguaia, esses imigrantes paraguaios foram trabalhar na colheita da erva-mate e na lida com o gado, trouxeram suas heranças culturais, como o idioma, crenças, causos, lendas, culinárias, hábitos e a música, que conquistou todos na região sul do estado se espalhando as mais diversas cidades do Brasil.

Na tradição paraguaia, é comum, no Mato Grosso do Sul principalmente na região de fronteira, desde os tempos antigos os fronteiriços criaram o habito de se reunirem para a roda do tereré, “prosear” contar as histórias causos e lendas, que até os dias atuas despertam o imaginário da população local, em outros tempos era comum ficar ouvindo ou dançando a polca e o chamamé.

Porfirio Zappa em seu livro Ñurpi – Por el Campo Correntino, indica: “… foram muitos os estudiosos que pesquisaram a origem da palavra chamamé. Alguns afirmam que é um vocábulo oriundo do Paraguay, que quer dizer “qualquer coisa” ou “coisa feita de qualquer jeito”. Sem maiores pretensões ou de forma irrelevante outros pesquisadores sustentam que a palavra teve origem na conhecida expressão (também de origem paraguaya), che ama mi, que significa em sentido amoroso “minha amiga”, “minha ama” ou “minha dona”.

Outro escritor que retrata essa influência da polca na cultura fronteiriça é Elpídio Reis em seu livro Ponta Porã Polca, churrasco e chimarrão, indica: “… Em minha infância, minha adolescência e mocidade, a rigor 95% pelos menos, das musicas que eu ouvia, eram polcas. O mesmo aconteceu, no meu tempo com todos habitantes da fronteira Brasil-Paraguai. Posso atestar que as polcas paraguaias penetravam muitos quilômetros adentro da fronteira, atingindo municípios que nem fazem limite com o Paraguai”.

A fronteira durante as décadas vem mudando suas características se modernizando, mas alguns costumes ainda resistem ao tempo, à boa musica fronteiriça em especial a polca, a musicalidade e o chamamé, os bons artistas músicos que surgem, mantendo essa cultura típica de um povo guerreiro por natureza, que resiste às adversidades do tempo procura seguir a rotina da vida deixando que o tempo se encarregue de preservar a memória história cultural de duas nações latinas, mais um só povo, o povo fronteiriço.

Resgatar a memória cultural de uma região é a maneira mais respeitosa de reverenciar a historia seu povo.

Foto década de 40. Acervo de seu pai Itrio Araújo dos Santos conhecido como (cabo Itrio), que serviu no 11º Regimento de Cavalaria na cidade de Ponta Porã na década de 40. Itrio Araújo e amigos músicos se preparando para realizar mais um baile no “Maemi” na região fronteiriça - Arquivo pessoal de Nilza Terezinha

Sr. Luis Puléo e amigos músicos fronteiriços em confraternização - Arquivo pessoal Ricardo Puléo

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